Braslia O Ministrio da Defesa, por meio do Instituto Pandi Calgeras (IPC), promoveu na tarde desta segunda (6) o simpsio Segurana e Defesa Ciberntica. O evento contou com a presena de autoridades civis e militares, inclusive de outros pases, alm de pesquisadores acadmicos, estudantes universitrios e representantes da administrao pblica.
O assessor-especial do Comando do Exrcito no Setor Ciberntico e do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), general da reserva Joo Roberto de Oliveira, declarou que a defesa ciberntica no Brasil ainda carece de dispositivos legais. Tambm defendeu a implementao das medidas propostas pelo grupo de trabalho (GT) institudo pelo Ministrio da Defesa em 2013.
Em sua apresentao, intitulada “A defesa ciberntica no Brasil”, o assessor-especial elencou os projetos mais importantes sugeridos pelo GT: criao do Comando de Defesa Ciberntica e da Escola Nacional de Defesa Ciberntica, alm da implantao de um sistema de homologao e certificao de produtos no setor.
De acordo com Oliveira, a segurana e a defesa ciberntica no pas esto organizadas em quatro nveis decisrios: poltico, que abrange a segurana ciberntica e conduzido pelo Gabinete de Segurana Institucional da Presidncia da Repblica; o estratgico, que trata da defesa ciberntica e est a cargo do Ministrio da Defesa; e o operacional e ttico, que dispe sobre guerra ciberntica, coordenado por componentes das trs Foras Armadas.
O general da reserva citou conceitos de referncia que definem termos como guerra ciberntica e segurana ciberntica, e que agora se tornam mais homogneos entre os agentes que lidam com o assunto. Ele destacou tambm a Estratgia Nacional de Defesa (END) como grande incentivador da defesa ciberntica.
“Existe uma grande necessidade de interao dos rgos pblicos, do mundo acadmico e de instituies privadas para o desenvolvimento do setor”, declarou o Oliveira.
“Armas cibernticas e segurana internacional” foi o tema apresentado pelo professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ricardo Borges Gama Neto. Segundo o professor Gama Neto, h uma tendncia das naes para a diminuio da dependncia externa, em especial, no que diz respeito rea de infraestrutura.
Doutrina
O professor apontou como bons exemplos nacionais as ilhas de segurana de excelncia da Receita Federal e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que asseguram confiana e estabilidade dos dados sobre imposto de renda e eleies que trafegam na internet.
Gama Neto acha importante que o pas invista em capital humano e seja protagonista regional em poltica externa na rea de defesa ciberntica.
A formulao de uma doutrina de guerra ciberntica foi o assunto abordado pelo coronel Joo Marinonio Enke Carneiro, do Centro de Defesa Ciberntico (CDCiber) do Exrcito Brasileiro. O militar relatou os esforos que esto sendo feitos para a elaborao da formao doutrinria para aplicao em guerra ciberntica. Atualmente, o documento est em fase de apreciao no MD.
Ao final do evento foi lanado o primeiro volume do livro Segurana e Defesa Ciberntica: da fronteira fsica aos muros virtuais, da Coleo Defesa e Fronteiras Virtuais, projeto desenvolvido pela Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (Capes) e pela Secretaria de Assuntos Estratgicos (SAE) da Presidncia da Repblica. A obra rene diversos artigos de pesquisadores, civis e militares, e aborda a repercusso das transformaes provocadas pela vertiginosa evoluo tecnolgica ocorrida nos ltimos 20 anos.
O simpsio “Segurana e Defesa Ciberntica” foi organizado pelo Instituto Pandi Calgeras, do MD, em parceria com o Departamento de Cincia Poltica da UFPE, do Centro de Estudos Estratgicos do Exrcito e da 7 Subchefia do Estado-Maior do Exrcito (EME).
Fotos: Jorge Cardoso
(MD ASCOM/ FM)