Braslia, 15/05/2018– Braslia, 16/05/2018 OMinistrio da Defesa (MD)e os Expedicionrios da Sade (EDS) participaram do programa SESAI em Ao, promovido pela Secretaria Especial de Sade Indgena (SESAI), do Ministrio da Sade (MS), por meio da “40 Ao Expedio da Sade”. A ao ocorreu no perodo de 5 a 12 deste ms e consistiu em proporcionar atendimento de sade, mdico e odontolgico populao indgena de Crispim e das aldeias Humait e Camutama, localizadas s margens do Mdio Rio Purus, a oito horas de barco do municpio de Lbrea, no estado do Amazonas.
Cada helicptero da Fora Area Brasileira (FAB) que pousou na aldeia Crispim, conduzindo pacientes para atendimento, foi recebido pelo cacique Jos Roberto, seus parentes, a comunidade local e por militares do Exrcito Brasileiro (EB), mdicos, profissionais de sade e componentes de entidades ligadas populao indgena.
O “SESAI em ao” teve sua abertura na sede da Prefeitura de Lbrea, distante 853 km de Manaus (AM), e contou com o prefeito, Gean Campos de Barros; o secretrio especial de sade indgena, Marco Antnio Tocollini; o coordenador do Distrito Sanitrio Especial Indgena (DSEI) do Mdio Rio Purus, Carlos Galvo; e representantes da comunidade indgena local. O coronel da FAB Juraci Muniz de Santana Junior representou o Ministrio da Defesa. Durante o evento, o prefeito agradeceu o apoio do MD, demonstrado pela participao em um ato de solidariedade que beneficiar centenas de famlias no meio da floresta amaznica.
o momento em que o povo se sente apoiado pelo poder pblico. Afirmou o prefeito de Lbrea.”
A atuao do Ministrio da Defesa
A participao do MD consiste em proporcionar o transporte de pessoal (tcnicos de enfermagem, mdicos e de apoio) e do material (hospital de campanha, alojamentos, armazns, cozinha, refeitrio) para a aldeia onde se desenvolve a ao. Alm disso, a montagem do material realizada pelas Foras Armadas.
AFora Area Brasileira (FAB)teve importante papel na mobilizao de toda a infraestrutura. As aeronaves transportam pessoal e todo aparato tcnico e de apoio de Manaus (AM), So Paulo (SP) e outros estados para a aldeia Crispim. Bem como, apoia nos deslocamentos dos pacientes indgenas e seus acompanhantes para o local de atendimento e seus retornos as suas aldeias de origem.
Para o tenente Wallace Woelbert, do7 esquadro do 8 Grupo de Aviao (Esquadro Harpia), piloto de uma das aeronaves, ajudar o prximo sempre gratificante e, nesse caso especfico, fazer a diferena na vida dessa populao, levando um pouco de conforto, faz muito bem.
J oExrcito Brasileiro (EB)atuou com militares do54 Batalho de Infantaria de Selva (54 BIS), sediado em Humait (AM), e doComando da 17 Brigada de Infantaria de Selva (17 Bda Inf Sl). Eles realizaram o transporte, por terra, do material pesado e gneros alimentcios e o apoio na montagem e desmontagem das estruturas fsicas. Alm de participar da distribuio de medicamentos e do apoio aos pacientes com dificuldade de locomoo nos perodos pr e ps-operatrios.
Para o comandante do 54 BIS, coronel Renaldo Silva Ramos de Arajo, o trabalho rduo, mas muito gratificante, pois participar do momento em que o paciente chega cego aldeia e em menos de 24 horas sai enxergando, no tem preo.
O SESAI em Ao
No desenvolvimento do SESAI em Ao, os pacientes chegam em aeronaves da FAB, so conduzidos para uma triagem, onde feito o levantamento preliminar das necessidades de sade dos mesmos, e inicia o efetivo atendimento, que pode ser de enfermagem, mdico ou odontolgico. Sendo que o atendimento mdico varia de ambulatorial (clnico, peditrico, ginecolgico, oftalmolgico, ortopdico, odontolgico) a cirrgico (de mdia complexidade).
Atuando no acolhimento aos pacientes com dificuldade de locomoo, no pr e ps-operatrios, a sargento do Exrcito Sayonara Campos, de origem indgena, foi voluntria para ao e se disse muito gratificada em participar. Acompanhar os pacientes me deixa muito satisfeita, ressaltou.
Para o cacique Joo Neri, do povo Caricuna, do Conselho Distrital de Sade Indgena (ConDiSI) e representante de 109 aldeias e 11 polos-base, a importncia da presena das Foras Armadas em Lbrea e no mdio Purus est na possibilidade de acesso s aldeias mais distantes e no transporte dos indgenas para o local do atendimento. Ele agradeceu e relembrou o apoio prestado em outra ao realizada na regio, que foi a Operao Gota.
A SESAI
A Secretaria Especial de Sade Indgena (SESAI) a rea do Ministrio da Sade responsvel por coordenar a Poltica Nacional de Ateno Sade dos Povos Indgenas e todo o processo de gesto do Subsistema de Ateno Sade Indgena (SasiSUS) no mbito do Sistema nico de Sade (SUS).
O secretrio Tocollini destacou a presena de profissionais de renome no cenrio nacional e uma infraestrutura de primeiro mundo para atender a demanda reprimida dos indgenas, especialmente, os da floresta amaznica, que tem grande dificuldade de acesso. Para ele, a realizao de maisde 4.000 atendimentos e mais de 300 cirurgias de mdia complexidade s foi possvel devido participao de parceiros como o Ministrio da Defesa e os Expedicionrios da Sade. Alm de toda equipe da SESAI.
Os Expedicionrios da Sade
A ONG Expedicionrios da Sade (EDS) voltada para a medicina e sade e tem por misso levar atendimento mdico especializado, principalmente cirrgico, s populaes indgenas que vivem isoladas. Por conta do intenso contato com a luz solar, h uma alta incidncia de doenas degenerativas dos olhos, como a catarata. O intenso esforo fsico realizado por essas populaes tambm provoca o desenvolvimento de hrnias inguinais e abdominais. Por isto, os Expedicionrios da Sade atendem s populaes indgenas em regies isoladas.
Por meio de um Complexo Hospitalar Mvel, a EDS organiza expedies com tecnologia de ponta e mdicos voluntrios, entre eles militares, que realizam cirurgias e orientao pr e ps-operatrias. O coordenador geral dos Expedicionrios, Ricardo Affonso Ferreira, disse que o apoio do MD fundamental nesse tipo de ao. Sem o apoio do Ministrio da Defesa no seria possvel executar esse tipo de ao, que eu acho de fundamental importncia para a populao indgena que vive geograficamente isolada.
Aps o encerramento 40 edio do programa SESAI em Ao, ocorre a desmobilizao de todo aparato material e o retorno dos mdicos, pacientes e acompanhantes para as suas localidades de origem, com o apoio das Foras Armadas.
Os helicpteros da FAB ao decolarem da aldeia Crispim, conduzidos por hbeis pilotos, partem levando no s mdicos e profissionais realizados pelo trabalho concludo, mas tambm pacientes e acompanhantes bem atendidos, e deixam no solo militares orgulhosos por mais uma misso bem cumprida e uma comunidade indgena agradecida pelo apoio recebido.
(MD ASCOM/FM)