O Dia Olímpico é comemorado mundialmente nesta quinta-feira, 23 de junho. A data marca o aniversário de fundação do Comitê Olímpico Internacional (COI), criado em 1894, e tem como objetivo promover a cultura do esporte olímpico. No Ministério da Defesa, esse movimento é disseminado principalmente pelo Programa de Atletas de Alto Rendimento (PAAR) que, atualmente, conta com 511 militares da Marinha, do Exército e da Força Aérea Brasileira, em 30 modalidades.
Treinamento, preparação física e equipe multidisciplinar são alguns pontos fundamentais para um atleta manter o alto nível no esporte. Para esse suporte, os integrantes do PAAR têm à disposição todos os benefícios da carreira militar: direito à assistência médica (incluindo odontologia, nutrição e fisioterapia), além de terem acesso às instalações esportivas militares adequadas para o treinamento. E, na carreira de um atleta, um dos principais objetivos de toda essa preparação é a sonhada vaga olímpica.
É o caso, por exemplo, do 3º Sargento da Marinha Pedro Gonçalves que treina diariamente para disputar a terceira edição dos Jogos Olímpicos, em 2024, na canoagem. Nascido em Piraju, no interior de São Paulo, Pedro conheceu o esporte por meio de um projeto social na cidade. A modalidade proporcionou transformação de vida, medalhas, uma final inédita nos Jogos Olímpicos Rio 2016 e o título de campeão na Copa do Mundo de canoagem slalom, na Alemanha, em 2021.
Sonho – O atleta militar ainda conseguiu unir dois sonhos antigos. “Eu tive sempre tive o sonho de integrar as Forças Armadas e de ir para os Jogos Olímpicos. Escolhi o esporte por estar mais próximo de mim naquela época. Mas, 17 anos depois, estou realizando meus dois sonhos; me sinto privilegiado por ter esse suporte para treinar e me manter em alto nível”, disse.
A disseminação da prática de atividades esportivas entre a população também é dos objetivos do Dia Olímpico, principalmente, desde a infância. A 3º Sargento do Exército Jucielen Cerqueira Romeu, conheceu o boxe ainda criança, aos 11 anos. No início, foi só por curiosidade, mas a relação com a modalidade persistiu e já dura há 15 anos. E o que por algum tempo pareceu distante, tornou-se realidade em 2021 quando disputou a sua primeira participação nos Jogos Olímpicos em Tóquio.
“Eu fiquei muito feliz em ver que todo meu esforço nesses anos valeu a pena. O momento mais marcante da minha carreira foi quando eu cheguei na vila olímpica, a ficha caiu 100%. Foi quando eu vi que tinha conseguido e que estava ali representando o Brasil”, relembrou.
Conquistas – Para alguns, o sonho olímpico precisou ser construído dentro da modalidade, como na ginástica. O 3º Sargento Francisco Barretto confessa que, quando iniciou a carreira, não tinha noção de uma vaga na competição, pois o Brasil nunca havia tido uma equipe completa na ginástica. Em 2016, foi a primeira vez que o feito se concretizou. Na ocasião, Barretto foi, inclusive, o primeiro brasileiro a conquistar vaga na final da barra fixa. E as conquistas só aumentaram.
Em 2019, o ginasta fez história, mais uma vez: conquistou três medalhas de ouro (cavalo com alças, barra fixa e equipe) nos Jogos Pan-Americanos de Lima e foi considerado o melhor atleta da competição. “O esporte me deu tudo, o que tenho hoje. É é graças a ele e minha família que me incentivei a continuar, além da educação, disciplina, responsabilidade e comprometimento”, ressaltou.
O Programa Atletas de Alto Rendimento (PAAR) foi criado em 2008, por iniciativa do antigo Ministério do Esporte, hoje Cidadania, em parceria com o Ministério da Defesa. A iniciativa contribui para fortalecer a equipe militar brasileira em eventos esportivos de alto nível. Junto com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), o Ministério da Cidadania, os Clubes aos quais os atletas do programa pertencem e as Confederações e Federações Esportivas, o PAAR, hoje, viabiliza o Projeto Olímpico Brasileiro.
Por Júlia Campos
Fotos: Miriam Jeske/COB, Wander Roberto/COB, Gaspar Nóbrega/COB, Alex Livesey/Getty Images
(MD ASCOM/FM)