Diagnóstico precoce é a principal alternativa para evitar e tratar o câncer de mama

Um câncer extremamente raro e agressivo deixou a Suboficial Elizabeth de Araujo Risuenho sem chão em 2019. Aos 48 anos, a militar da Força Aérea Brasileira (FAB) acompanhava a evolução de um nódulo na mama direita, identificado em uma ressonância magnética no final de 2018, e, em fevereiro do ano seguinte, descobriu outro, mas na mama esquerda.

Uma biópsia revelou o que ela mais temia: o câncer. Em março, a Suboficial, que integra o efetivo do Hospital de Aeronáutica de Belém (HABE), fez a cirurgia para retirada do tumor, que, em seguida foi constatado ser ainda mais agressivo. Por isso, em abril, a militar voltou para a mesa de cirurgia para outro procedimento. “Em questão de um mês, o câncer se alastrou de uma forma muito rápida. Fiz 16 sessões de quimioterapia e 25 sessões de radioterapia. Na quimio, tive efeitos colaterais, ficava ruim três dias, no máximo, e já ficava bem, mas a radioterapia foi pior, pois você vê os efeitos dela no seu corpo”, disse.

Hoje, com o câncer em remissão e preocupada em viver um dia de cada vez da forma mais intensa possível, Elizabeth fez uma alerta sobre o diagnóstico da doença. “Eu não consegui sentir nenhum nódulo por meio do autoexame, não sentia nada; se não fosse o exame de imagem, e é essa a importância dele, eu só teria começado a sentir sintomas quando, talvez, fosse tarde demais”, destacou.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), para o ano de 2021, foram estimados 66.280 casos novos, o que representa uma taxa de incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres.

A Capitão Médica Luciana Jandre Boechat Alves, mastologista do Hospital Central da Aeronáutica (HCA), no Rio de Janeiro (RJ), explicou que o câncer de mama é a principal causa de morte por câncer entre as mulheres e que é possível realizar um diagnóstico precoce da doença por meio da mamografia. “O exame é capaz de detectar lesões ainda não palpáveis e, com isso, podemos realizar cirurgias menos mutilantes com menos sequelas no futuro. Existem também outros fatores de risco importantes, como sobrepeso, cigarro, tabagismo e a ingestão de bebida alcoólica, que também precisam ser controlados. Além disso, é preciso estar atenta a indícios que podem indicar o câncer, como mama endurecida, alteração na textura e vermelhidão ou lesão no mamilo”, alertou.

Campanha Outubro Rosa

A Campanha Outubro Rosa é essencial para incentivar o combate ao câncer de mama e diagnóstico precoce. Criada no início da década de 1990, é uma campanha internacional de conscientização para a prevenção da doença. A prevenção, no entanto, deve ocorrer durante todo o ano”, ressaltou a médica. A FAB participa do movimento em diversas unidades, com arrecadação de lenços, doação de cabelo, além de eventos técnicos, debates e apresentações sobre o tema. Em complemento, produz conteúdos e outros recursos educativos para disseminar informações sobre fatores protetores e de detecção precoce desse tipo de câncer.

Fotos: Arquivo Pessoal

(CECOMSAER/FM)

Share