Com apoio das Forças Armadas, a Polícia Federal desencadeou, na quinta-feira (28) a Operação Alfeu, para retirar mais de 50 pessoas de garimpo ilegal localizado dentro da Terra Indígena Sararé, em Pontes e Lacerda, Mato Grosso, a 450 quilômetros de Cuiabá. A ação, dentro da Operação Verde Brasil 2, ocorreu no âmbito do Comando Conjunto Barão de Melgaço e contou com 250 militares mais 20 policiais federais, além de representantes da Força Nacional, do IBAMA e da FUNAI. A manobra envolveu 25 viaturas, nove embarcações e dois helicópteros.
Os levantamentos anteriores indicavam a ocorrência de danos ambientais ao rio e à vegetação ciliar. Na ação foram cumpridos seis mandados de prisão e sete buscas e apreensões. Os envolvidos no garimpo ilegal foram conduzidos para o município de Pontes e Lacerda para autuação. Foram apreendidos ou inutilizados motores de dragagem, dez dragas, geradores e motores de embarcação. A ação foi acompanhada pelo Comandante do Comando Conjunto local, General de Brigada Reinaldo Salgado Beato. O Exército e Polícia Federal continuarão no local por tempo indeterminado.
A Terra Indígena Sararé, com extensão de 67.419 hectares, abriga o povo da etnia Katitaurlu e população de 97 pessoas nos municípios de Pontes e Lacerda e Vila Bela da Santíssima Trindade.
Outras ações
O Comando Conjunto Barão de Melgaço também desenvolveu ações de patrulha terrestre e fluvial, reconhecimento e estabeleceu postos de bloqueio e controle de estradas, vistoriando veículos e embarcações. Mais de R$ 100 mil foram aplicados em multas e 500 metros cúbicos de madeira ilegal foram apreendidos.
Já o Comando Conjunto Marechal Soares de Andrea, no Pará, realizou inspeção naval e reconhecimento aéreo com apoio de aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), além de apoiar na logística dos órgãos de fiscalização em atuação na Operação Verde Brasil 2. Veículos e embarcações foram apreendidas e equipamentos usados em atividades ligadas ao desmatamento foram inutilizados.
Além destas ações, o Comando Conjunto Príncipe da Beira, atuando em Acre, Amazonas e Rondônia, realizou fiscalização ambiental e de aeródromos em diferentes áreas. O Comando somou 108 veículos e 61 embarcações vistoriados.
Resultados
Desde a deflagração da Operação Verde Brasil 2, em 11 de maio, militares e agentes de órgãos parceiros realizaram inspeção naval em 903 embarcações, das quais 58 foram apreendidas. Nos postos de bloqueio e controle de estradas vistoriaram mais de 2,5 mil veículos, retendo 56 veículos por irregularidades. Mais de 7 mil metros cúbicos de madeira ilegal também foram confiscados e 66 maquinários pesados utilizados em atividades extrativistas, como tratores de esteira, escavadeiras e máquinas agrícolas, foram apreendidos ou inutilizados. Até o momento, mais de R$ 19,3 milhões foram aplicados em multas e termos de infração.
Operação Verde Brasil 2
A Operação Verde Brasil 2 é coordenada pela Vice-Presidência da República, em apoio aos órgãos de controle ambiental e de segurança pública. A missão deflagrada pelo Governo Federal, em 11 de maio de 2020, visa ações preventivas e repressivas contra delitos ambientais na Amazônia Legal. A determinação presidencial para emprego das Forças Armadas em Garantia da Lei e da Ordem (GLO) foi publicada no Diário Oficial da União por meio do Decreto n° 10.341, de 6 de maio de 2020, e tem validade para o período de 11 de maio a 10 de junho do corrente ano.
Para cumprir a determinação presidencial, o Ministério da Defesa ativou três Comandos Conjuntos. São eles: Comando Conjunto Príncipe da Beira (CCj PB), em Porto Velho (RO); Comando Conjunto Barão de Melgaço (CCj BM), em Cuiabá (MT); e Comando Conjunto Marechal Soares de Andrea (CCj MSA), em Belém (PA). Assim como na Operação Verde Brasil ocorrida em 2019, o Centro de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa coordena as atividades a partir de Brasília (DF). Ainda participam da missão integrantes da Polícia Federal, Policia Rodoviária Federal, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), Força Nacional de Segurança Pública, Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).
Por Tenente Felipe Bueno, com Comandos Conjuntos
Fotos: Divulgação das Forças Armadas
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(MD ASCOM/FM)