O Locked Shields 2021 é considerado o maior e o mais complexo exercício cibernético internacional. Neste ano, o evento ocorreu entre os dias 13 e 16 de abril, em Tallin, na Estônia, e reuniu mais de 2 mil especialistas de 23 países. Participaram, também, militares integrantes do Núcleo do Centro de Defesa Cibernética da Aeronáutica (NuCDCAER), além de especialistas do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE).
O evento, que acontece anualmente, é organizado pelo Centro de Excelência de Defesa Cibernética Cooperativa (CCDCOE) da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e, pela segunda vez, contou com a participação remota de uma equipe brasileira composta pelo Ministério da Defesa, pelo Ministério das Relações Exteriores, pelas Forças Armadas e por representantes das infraestruturas críticas de telecomunicações e águas, entre outros.
Simulando um cenário de apoio a um país fictício, as equipes são enviadas na defesa e na restauração dos sistemas atacados: defesa aérea, água, financeiro e espacial. Além disso, são apresentados incidentes cibernéticos nos níveis decisórios para verificação dos níveis de maturidade dos países em relação a assuntos de segurança cibernética e de proteção de dados.
O Chefe do Centro de Segurança Cibernética da OTAN, Ian West, destaca que o Locked Shields oferece às equipes das nações participantes uma oportunidade sem precedentes de testar suas capacidades em um ambiente seguro, ao mesmo tempo em que são agressivamente desafiadas por adversários altamente qualificados. “Cada equipe deve defender redes virtualizadas que são construídas com uma variedade de serviços e plataformas, emulando tanto sistemas civis como militares”, disse.
Para o Diretor do Centro de Defesa Cibernética credenciado pela OTAN, Coronel Jaak Tarien, o exercício permitiu que as nações participantes praticassem a resolução de incidentes cibernéticos no ambiente mais complexo e intenso possível. “O Locked Shields enfatizou a necessidade de vários especialistas compartilharem conhecimentos e trabalharem em estreita cooperação para as soluções de defesa cibernética mais eficazes”, acrescenta.
De acordo com o Chefe de Exercícios Cibernéticos da CCDCOE, Carry Kangur, o exercício deste ano atingiu o nível mais alto de complexidade organizacional da história por ter sido realizado remotamente em sua maioria. “O evento foi encerrado com o anúncio da equipe vencedora da Suécia, mas com a certeza do sucesso de todos os organizadores e participantes”, salienta.
Participação de militares da FAB no Locked Shields 2021
Os integrantes do NuCDAER destacaram a importância da participação no evento. O Tenente-Coronel Aviador Silvio R. A. de Oliveira Filho ressaltou a presença no Locked Shields 2021. “Além de demonstrar o alto nível técnico da nossa equipe frente à dificuldade de se defender no domínio cibernético, destacou-se aqui a necessidade de estarmos constantemente preparados para a guerra cibernética, com o objetivo de proteger as nossas infraestruturas críticas de informação”, disse.
O Capitão Engenheiro Julio César M. de Oliveira, também integrante do NuCDAER, comentou acerca da participação no evento. “Para a Força Aérea, é uma oportunidade de avaliar e treinar as equipes, principalmente nesse momento em que FAB está criando o Centro de Defesa Cibernética da Aeronáutica (CDCAER) e o Sistema de Defesa Cibernética da Aeronáutica”, finalizou o Oficial.
Implantação do NuCDCAER
A Concepção Estratégica “Força Aérea 100”, que estabelece a visão da Força Aérea Brasileira (FAB) ao completar 100 anos de sua criação, destaca que o ambiente cibernético é um dos domínios nos quais a FAB possui especial interesse, sendo essencial para sua operação. Para isso, o Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) realizou em 2020 um estudo, que objetivou a implantação do Núcleo do Centro de Defesa Cibernética da Aeronáutica (NuCDCAER) na estrutura organizacional do Centro de Computação da Aeronáutica de Brasília (CCA-BR). Em uma próxima fase, serão realizadas medidas administrativas com vistas à desativação do NuCDCAER e ativação do Centro de Defesa Cibernética da Aeronáutica (CDCAER).
Fotos: Divulgação
(CECOMSAER/FM)