Abrigos de refugiados venezuelanos são o ponto de partida para um novo recomeço

Umidade e calor bastante intensos, chão forrado por britas, 117 barracas de cerca de 17 metros quadrados. Por todo lado meninos e meninas correndo, soltando pipa, ouvindo música em celulares: divertindo-se. Esse é o cenário em torno de um dos 11 abrigos da Operação Acolhida, o Rondon 1, em Boa Vista (RO), coordenado pelo Tenente do Exército Alexandre Brilhante.

“A estrutura tenta dar um ponto de partida para eles, um recomeço. O abrigo proporciona um mínimo de dignidade e humanidade. A Operação Acolhida está aqui para amenizar o sofrimento desses imigrantes”, explica o Coordenador Alexandre Brilhante.

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O militar relata com emoção os aprendizados dessa experiência. No Rio de Janeiro, Brilhante e seus colegas estavam acostumados com atividades relacionadas à intervenção federal e missões de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), iniciativas que ocorrem quando há o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública, em graves situações de perturbação da ordem. Na Operação Acolhida, eles se depararam com um desafio bem diferente: levar paz e dignidade a um povo ávido por esperança. “A nossa arma aqui é o diálogo, a conversa, o entendimento”, compara o tenente.

Cerca de 50 mulheres com filhos moram no Abrigo Rondon 1. As crianças são as que mais sensibilizam os militares, pela carência e, ao mesmo tempo, pela alegria que demonstram ao transformar qualquer objeto em brinquedo, pela espontaneidade. “Eles veem meu nome e logo começam a rir, brincar. ‘Ah, seu nome é Brilhante!”, conta o Tenente, que faz jus ao nome e faz seus relatos com um brilho no olhar de quem ama a profissão que exerce.

“Não é uma missão fácil. Passar bem esses quatro meses longe da família, tentando se readequar às rotinas e suportar a saudade. A gente precisa se colocar no lugar deles. Está sendo uma tarefa dignificante, porque é um exercício de amor ao próximo. Então, com esse sentimento, encontramos forças para superar as dificuldades e bem cumprir a missão”, destaca o Tenente.

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Por Mariana Alvarenga
(MD ASCOM/FM)

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