Confira a histria de mulheres que colaboram com a FAB para cumprir a sua misso

J faz mais de 35 anos que a Instituio permitiu o ingresso de mulheres em seus mais diversos Quadros e Especialidades.

No ms em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o NOTAER presta uma homenagem s mulheres do efetivo da FAB.J faz mais de 35 anos que a Instituio permitiu o ingresso de mulheres em seus mais diversos Quadros e Especialidades.

Em 1982, elas chegaram pela primeira vez s Escolas da Aeronutica, formando-se Sargentos e Aspirantes a Oficial. De l pra c, as mulheres somam mais de 10 mil militares no efetivo da FAB e alcanaram o posto de Coronel, atuando nas mais diversas reas, sejam administrativas, da sade ou operacionais.

Para homenagear as milhares de militares que compem as fileiras da FAB, o NOTAER conta a histria de algumas das mulheres que, com comprometimento e profissionalismo, cumprem diariamente suas misses, colaborando para garantir a soberania do espao areo e para integrar todo o territrio nacional.

Capito Gisele

Desafios que nos movem. como a Capito Aviadora Gisele Cristina Coelho de Oliveira descreve sua carreira de 15 anos na FAB. Em 2003, ingressou na primeira turma de mulheres do Curso de Formao de Oficiais Aviadores, na Academia da Fora Area (AFA) e foi a primeira piloto militar a voar sozinha em uma aeronave da FAB. Hoje, a capito a primeira mulher a ocupar a funo de comando de um esquadro da Escola de Especialistas de Aeronutica (EEAR).

Com mais de 350 alunos para conduzir, a oficial revela que o novo cargo uma honra e, ao mesmo tempo, uma grande responsabilidade. Sabemos que cada aluno tem sua personalidade. Temos o desafio de formar graduados de alto padro para todo o Brasil, afirma.

A Capito Gisele conta que, quando fez o concurso, no sabia dos tantos desafios vindouros. Em 15 anos, meu maior desafio foi a formao na AFA, sem dvidas. Minha vida mudou completamente, em todos os sentidos. O voo, atividades fsicas, tempo curto… mas todo esforo e dedicao valeram a pena. Aprendi a valorizar as pequenas coisas que muitas vezes passam despercebidas, revela.

Sargento Raica

A trajetria da primeira militar a saltar de paraquedas da aeronave KC-390 repleta de motivao e emoo. Tudo comeou quando concluiu o ensino mdio e teve que optar pela profisso a seguir. Inspirada em seu pai, tenente do Exrcito Brasileiro, a gacha Raniela Raica Finatto viu na Escola de Especialistas da Aeronutica (EEAR) a oportunidade de se tornar militar, em 2012.

Durante sua formao na Escola, Raica conheceu um pouco do trabalho do Esquadro Aeroterrestre de Salvamento (PARA-SAR) por meio do seu instrutor de equipamento de voo, o Suboficial Miguel Antnio Pereira Leito. Ele serviu por anos no Esquadro. E, por tudo que ele me contava, despertou em mim a vontade de fazer parte da unidade com uma misso singular na Fora, conta.

Decidida, a Sargento Raica seguiu no seu novo objetivo: ser paraquedista, vestir o gorro laranja e calar o coturno marrom. Ao longo do curso do PARA-SAR, enfrentou uma rotina exaustiva, contudo, ela fala com entusiasmo sobre a formao e o primeiro salto. Foi emocionante. Quando chegamos na fase dos saltos, os sentimentos mudam. A preocupao se o velame vai abrir, se vai dar tudo certo, se voc vai saber executar tudo que foi passado pela equipe de instruo, se a aterragem vai ser muito forte… Eu fiquei bem nervosa, mas, depois que sa do avio, a sensao foi de realizao, revela.

J em 2016, ela encarou o desafio de saltar do KC-390 na fase de testes da aeronave. No tinha muita noo do ser a primeira mulher, s assimilei depois, quando me perguntaram, e foi um privilgio sermos pioneiros naquela atividade e fazer parte do processo de teste do avio. A sensao foi parecida com a do primeiro salto e tambm tudo ocorreu bem. Fiquei muito feliz por representar a fora feminina da FAB naquele momento histrico, comemora.

Cronel Carla Lyrio

A Fora Area valoriza o trabalho, independentemente de gnero, cor ou origem. A carreira proporcionou-me muita satisfao pessoal, e aqueles que tiverem esse objetivo vo encontrar na FAB o reconhecimento pelo seu esforo, afirma a Coronel Mdica Carla Lyrio Martins, que , atualmente, a mulher mais antiga da FAB, com 28 anos de carreira.

Ela ingressou no Curso de Adaptao de Mdicos da Aeronutica, em 12 de maro de 1990, e conta que as experincias superaram as expectativas da carreira militar. Fiz amigos, voei aeronave de caa, morei em cidades do Sul ao Nordeste. Cresci dentro de valores slidos e, hoje, sinto-me realizada pela opo profissional, revela.

Como pioneira, participou de momentos marcantes na Fora Area: em 2015, foi a primeira a assumir o comando de uma unidade, a Casa Gerontolgica de Aeronutica Brigadeiro Eduardo Gomes, no Rio de Janeiro (RJ). Considero que esse foi o maior desafio na carreira, mesmo tendo vivncia em atividades administrativas anteriores. Sempre fui muito envolvida na assistncia mdica. Foi uma experincia muito positiva, uma vez que trabalhar com idosos por si s j se transforma em aprendizado de vida, conta.

Atualmente, a hematologista aluna na Escola Superior de Guerra. Virar estagiria novamente um privilgio. As expectativas em relao ao curso so as melhores. Espero que o convvio entre as Foras Armadas seja harmnico, complementar, e que as autoridades civis tragam novos conhecimentos, comenta.

 

Major Luanda

H seis meses, uma experincia indita marca a carreira da Major Luanda dos Santos Bastos, a primeira mulher da FAB em misso de paz, na funo individual destaff office. A mais de 9,5 mil quilmetros do Brasil e de casa, a oficial intendente vive o desafio de atuar numa misso no Sudo, na frica. Eu me sinto extremamente orgulhosa, realizada profissionalmente e feliz por poder participar, acrescenta.

Dentro das atribuies depeacekeeper, Major Luanda oficial administrativo na Seo de Operaes Militares de Darfur, regio oeste do Sudo e tambm tira servio de oficial de operaes militares no pas africano. Na rea, cristos e muulmanos vivem em situao de conflito, e compete militar ajudar nesse trabalho de cessar-fogo sem utilizar arma.

Para se adaptar s culturas do Pas, Major Luanda usa ohijab, tradicional leno utilizado pelas mulheres rabes para cobrir parte do corpo, quando no est no trabalho e vai para o centro da cidade. Eu usei para no chamar ateno e, principalmente, para respeitar a cultura daqui, afirma.

A Major Luanda sabe tambm que, diariamente, quebra paradigmas por realizar tarefas antes executadas somente por homens. Orgulho-me em poder representar as mulheres militares brasileiras e espero inspirar muitas outras a se tornarempeacekeepers. Viver essa experincia nica vai marcar o resto da minha vida, acredita.

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(CECOMSAER/FM)

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