Braslia, 30/05/2016- O Ministro da Defesa, Raul Jungmann, participou nesta segunda-feira (30) da cerimnia alusiva ao Dia Internacional dos Peacekeepers (Mantenedores da Paz) das Naes Unidas (ONU). O evento, ocorrido este ano no Grupamento de Fuzileiros Navais de Braslia, presta uma homenagem aos homens e mulheres – conhecidos como boinas azuis – que contriburam para a manuteno da paz ao redor do mundo.
Na sua “Ordem do Dia”, o ministro Jungmann disse que o Pas tem participado desse processo de forma significativa ao longo das ltimas dcadas. “O Brasil j contribuiu para a formao dos contingentes de 40 misses de paz da ONU, com o envio de 51 mil militares ao exterior”, destacou.
Para o ministro Jungmann, um dos fatores de destaque do trabalho do militar brasileiro em misses de paz a capacidade de dilogo com diferentes foras de vrias naes. “ uma capacidade mpar de entender, dialogar, de coordenar e ao mesmo tempo estabelecer uma relao extremamente bem-vinda com as populaes onde se realizam as misses de paz. uma demonstrao de profissionalismo e competncia, mas tambm com uma identidade brasileira de contribuir para a paz, afirmou.
Jungmann lembrou ainda que no cenrio atual, no qual ocorrem diversos conflitos, cerca de 100 mil capacetes azuis de diferentes nacionalidades atuam sob a gide da ONU, em busca do fim das hostilidades por meio pacfico. Atualmente, 1.200 brasileiros da Marinha, Exrcito e Aeronutica participam de misses de paz.
Ao ler sua mensagem, Raul Jungmann tambm ressaltou a ao do Centro Conjunto de Operaes de Paz do Brasil (CCOPAB), que “desempenha papel fundamental na preparao dos contingentes militares e policiais. A liderana do Brasil na Misso de Estabilizao das Naes Unidas no Haiti (Minustah), desde 2004, segundo o ministro, tem sido motivo de largo reconhecimento internacional, assim como o comando brasileiro na Fora-Tarefa Martima da Fora Interina no Lbano (Unifil).
“Defesa para o Brasil destino. Com as nossas dimenses, populao e com os recursos que ns temos, a defesa tambm necessidade, e isso significa que no podemos nos furtar a ter um papel global. E, por dever e obrigao, atender o chamamento da ONU onde for necessrio, contribuindo para a paz e estabilidade de pases em conflito”, salientou o ministro, em conversa com os jornalistas.
Dirigindo-se aos mantenedores da paz, o ministro encerrou sua palavras dizendo: “Vocs, peacekeepers de ontem e de hoje, so motivo de orgulho para a nao. o seu trabalho, realizado em condies extremamente adversas e desafiadoras, que consagra o Brasil como um pas referncia por sua participao em misses de paz.”
Estiveram presentes ao evento os comandantes da Marinha, almirante Eduardo Leal Ferreira Bacellar; da Fora Area, brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato; o chefe do Estado-Maior Conjunto das Foras Armadas, almirante Ademir Sobrinho; o chefe de Operaes Conjuntas do Ministrio da Defesa, general Menandro Garcia de Freitas, representando tambm o comandante do Exrcito; alm de outras autoridades civis e militares.
Dia Internacional dos Peacekeepers
A celebrao de hoje relembra o dia 29 de maio de 1948, quando foi enviada a primeira Misso de Paz das Naes Unidas com o objetivo de monitorar o cessar-fogo, prevenir a escalada de novos conflitos e supervisionar os acordos de paz da guerra rabe-israelense.
Desde ento, os capacetes azuis da ONU atuaram em 71 misses buscando no apenas o fim das hostilidades, mas trabalhando tambm para a criao de instituies polticas, na reforma de sistemas judiciais, na reforma de sistemas de segurana, no desenvolvimento de programas de desarmamento, desmobilizao e reintegrao de ex-combatentes, promovendo assistncia humanitria, o respeito aos direitos humanos e auxiliando na realizao de eleies. Atualmente, os peacekeepers brasileiros trabalham em nove das 16 operaes de paz da ONU.
Para o capito de infantaria, Paulo Cezar Ferreira De Souza Junior, que participou do 13 Contingente no Haiti em 2010, a experincia em participar de misses de paz um processo de autotransformao porque o contato com o conflito de outras naes leva reflexo. “ algo que nos faz refletir sobre a nossa realidade, a nossa vida, e a nossa vontade de servir por uma causa nobre e maior que vai alm das nossas vontades. uma oportunidade mpar de ver o meu Exrcito Brasileiro em outro nvel de adestramento operacional, cumprindo misses para manter um ambiente seguro e estvel, possibilitando para que outras instituies da ONU ou no governamentais trabalhassem em prol do Haiti.”
Presente cerimnia, o primeiro comandante brasileiro da Fora-Tarefa Martima da Unifil, almirante de esquadra, Luiz Henrique Caroli, acrescentou que como misso pioneira a 1 FTM foi marcada por alguns desafios. “Essa homenagem aos peacekeepers possibilita relembrar as dificuldades que tivemos e a contribuio para a misso. uma data marcante para todos os mantenedores da paz e fico muito grato em poder participar da Fora-Tarefa Martima”, afirmou.
Fotos: Tereza Sobreira/MD
(MD ASCOM/ FM)