Defesa terá 38 mil militares para os Jogos Olímpicos

Brasília, 24/03/2016 – As ações de defesa para os Jogos Olímpicos Rio 2016 contarão com a atuação de cerca de 38 mil militares das Forças Armadas. O planejamento deve estar concluído até o final deste ano e, para isso, a Marinha, o Exército e a Aeronáutica se valerão da experiência adquirida em grandes eventos já realizados no país, como os 5º Jogos Mundiais Militares, em 2011, Rio+20, Copa das Confederações, Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e Copa do Mundo. O orçamento do governo para o setor, no período 2014 a 2016, é de R$ 580 milhões.

General Megid dá detalhes sobre a participação das Forças Armadas nas Olimpíadas  (Foto: Felipe Barra)
General Megid dá detalhes sobre a participação das Forças Armadas nas Olimpíadas (Foto: Felipe Barra)

Em entrevista ao Portal Brasil 2016, o assessor especial para Grandes Eventos do Ministério da Defesa, general Jamil Megid Junior, dá mais detalhes sobre como as Forças Armadas estão se preparando para as Olimpíadas e Paraolimpíadas no próximo ano. Confira trechos da entrevista:

“Nosso orçamento atualmente é projetado em cerca de R$ 580 milhões em três anos: 2014, 2015 e 2016. Isso já levou em consideração o legado dos eventos anteriores.  Além disso, estamos modernizando sistemas, ampliando a nossa área de comunicação rádio-digital, os sistemas de Comando e Controle, aprimorando sistemas de aeronaves, navios e das nossas viaturas, e estamos adquirindo equipamentos novos, particularmente na área de prevenção a incidentes químicos, biológicos, nucleares e radiológicos, prevenção à área de terrorismo e cibernética”, explicou o general Megid.

De acordo com ele, a estimativa é que 38 mil militares atuem nos Jogos 2016, especialmente na região de Deodoro. Megid destaca também o legado esportivo-militar para a preparação de atletas ligados às Forças Armadas e revela a meta para 2016: dobrar o número de medalhas obtidas por esportistas militares no ano que vem.

A 500 dias

A 500 dias dos Jogos Olímpicos estamos na fase de concluir os planejamentos. Iniciamos com o plano estratégico, numa gradação com o plano operacional na cidade-sede principal, que é o Rio de Janeiro, e agora estamos setorizando o planejamento em cada área olímpica dentro do Rio. Paralelamente, iniciamos a preparação. É claro que a planejamento das unidades militares já vem sendo feita desde o Pan de 2007. Várias equipes especializadas vêm participando dessa série de grandes eventos. Estamos progressivamente melhorando o treinamento e o planejamento. Por que isso? Para que eles já possam fazer exercícios objetivos nos eventos-teste.

Região Deodoro - Centro Nacional de Hipismo (Divulgação/Rio 2016)
Região Deodoro – Centro Nacional de Hipismo (Divulgação/Rio 2016)

Em cada um, iremos treinar alguma tarefa especifica de segurança ou diversas ações, conforme o evento- teste, e vamos com isso fazer esse treinamento prático, não só internamente nas nossas áreas de instrução como também no evento-teste propriamente dito.

38 mil militares

São mais de 20 instituições no Rio de Janeiro – de Segurança Pública, Inteligência, Defesa Civil e Forças Armadas – estudando instalação por instalação, para ter esse detalhamento ponto a ponto.  A nossa estimativa hoje está em torno de 38 mil militares nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Isso não é só no Rio. A maior parte do efetivo estará no Rio, mas temos unidades militares nas cidades do futebol olímpico e teremos uma reserva de contingência para sempre procurar atender uma necessidade que surja durante o evento.

Deodoro

Como Forças Armadas, estamos usando o mesmo escopo de ações que tivemos na Copa do Mundo, com um detalhe a mais, que é uma característica dos Jogos Olímpicos no Rio: nós temos o setor Deodoro, que é o segundo maior setor olímpico, com nove competições ocorrendo na Vila Militar, em instalações que são das Forças Armadas. Então, nessa área, nós teremos muito mais atividades das Forças Armadas. Nós é que fazemos o patrulhamento das ruas, a segurança da instalação como um todo e aí, juntamente com a Polícia Militar, Polícia Civil, a segurança privada, vamos participar com um maior efetivo visível, por serem competições olímpicas dentro de quartéis da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

Veja o vídeo  com a entrevista do general Megid

Combate ao Terrorismo

Prevenção, repressão e combate ao terrorismo – como denominamos esse eixo –, em qualquer grande evento, tem uma importância específica, pelo tipo de ameaça, que requer uma avaliação, um acompanhamento e a meta é prevenir. O histórico dos Jogos indica que há que ter uma atenção maior nisso. Estamos preparando as tropas especializadas, juntamente com Polícia Federal, Polícia Militar, Policia Civil e Inteligência,  para ter essa atenção redobrada, ter um efetivo melhor distribuído, fazer a maior quantidade de medidas preventivas e estaremos prontos para uma pronta-resposta, se houver necessidade.

Investimentos

Nosso orçamento atualmente é de cerca de R$ 580 milhões em três anos: 2014, 2015 e 2016. O planejamento já levou em consideração o legado dos eventos anteriores. Além disso, estamos modernizando sistemas, ampliando a área de comunicação rádio-digital – que agora abrange todo o Grande Rio, uma área muito maior, e teremos mais militares operando ao mesmo tempo –, estamos ampliando os sistemas de Comando e Controle, modernizando sistemas de aeronaves, navios e das nossas viaturas. Além disso, estamos adquirindo equipamentos novos, particularmente na área de prevenção a incidentes químicos, biológicos, nucleares e radiológicos, prevenção à área de terrorismo e cibernética.  Equipamentos novos que compõem um sistema que já existia, o legado anterior dos últimos eventos.

Região Deodoro (Divulgação/Rio 2016)
Região Deodoro (Divulgação/Rio 2016)

Legado esportivo-militar

Nos Jogos Olímpicos, o Ministério da Defesa tem mais uma característica. Como teremos instalações esportivas em áreas militares, dessas competições que ocorrem principalmente em Deodoro e outros locais de treinamento, então vamos também ter melhores instalações esportivas para o treinamento das nossas equipes. E, paralelamente, estamos confirmando, desde 2009, quando foi implantado, o nosso programa de alto rendimento, que é termos atletas militares no nível das nossas seleções olímpicas. Temos diversos atletas que são militares, participam da nossa atividade de treinamento físico, motivam a tropa e participam das competições olímpicas. Temos vários medalhistas na Marinha, no Exército e na Aeronáutica. Isso está sendo reforçado para os Jogos Olímpicos.

Atletas militares

O nosso programa de alto rendimento das Forças Armadas, que é conduzido pelo Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa, vem desenvolvendo esse programa desde 2009 e atendeu muito bem os 5º Jogos Mundiais Militares. O Brasil ganhou essa competição, como resultado desse trabalho, e ele prosseguiu. Estamos indo agora em 2015, em setembro, para os 6º Jogos Mundiais Militares, na Coreia do Sul. Temos uma quantidade maior de atletas na Marinha, no Exército e na Aeronáutica, das diversas equipes olímpicas e alguns esportes militares, que são específicos das Forças Armadas, como paraquedismo, pentatlo militar, que é diferente do pentatlo moderno. E esse apoio é feito com o Comitê Olímpico do Brasil, o Ministério do Esporte e as confederações.

Normalmente as confederações que têm uma estrutura menor usufruem mais do apoio militar, porque usam as nossas instalações esportivas, permitem o treinamento desse nível olímpico, são boas instalações, são legado também. E eles participam tanto da equipe militar quanto da olímpica.

Meta para 2016

A meta para 2016 é termos cerca de 100 atletas do alto rendimento militar participando das equipes olímpicas e com certeza dobrarmos o número de medalhas. Então seria em torno de 10 medalhas olímpicas. Isso está caminhando muito bem.

(MD ASCOM/ FM)

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