Um total de 20 aeronaves de aviações distintas realizaram, neste sábado (22), a primeira Missão Aérea Composta (COMAO, do inglês Composite Air Operation) do Exercício Operacional Tápio 2020, que acontece na Ala 5 – Base Aérea de Campo Grande (MS), entre os dias 17 de agosto e 4 de setembro. No COMAO, também chamado de pacote, dezenas de aeronaves decolam em um curto espaço de tempo para cumprir ações de Força Aérea complementares, visando a um objetivo comum. As aeronaves treinaram em cenário simulado de guerra não convencional, no qual o combate é contra forças insurgentes ou paramilitares e não entre dois estados constituídos. É o perfil encontrado em missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU).
Dentro do voo de pacote, foi estabelecido, de forma coordenada, um cenário com três missões distintas, entre elas, a simulação de ataque a alvos estratégicos em terreno ocupado por Força Oponente, Busca e Resgate em Combate (CSAR) de possível evasor militar integrante do COMAO, além de Assalto Aeroterrestre com lançamento de suprimento e tropas para apoio ao território de Forças amigas.
O COMAO envolveu as aeronaves A-1 e A-29 Super Tucano, para as missões de Ataque; H-36 Caracal, H-60L Black Hawk, AH-2 Sabre e SC-105, para as missões CSAR; C-105 Amazonas e C-95 Bandeirante nas missões de Assalto Aeroterrestre; além da aeronave E-99, que realizou o Posto de Comunicação no Ar, para complementar o fluxo de comunicações do COMAO.
O planejamento de um voo de pacote é realizado pelo Mission Commander, que é o piloto responsável por coordenar toda a missão. O Major Aviador Rodolfo Santos Moura foi o primeiro Mission Commander do Exercício Operacional Tápio. Segundo ele, o voo de pacote conta com o envolvimento de todos os Esquadrões, tanto no planejamento quanto nos voos. “Esse formato de COMAO dentro do Exercício Operacional Tápio promove a participação de praticamente todas as aviações da FAB em um mesmo contexto de treinamento”, ressalta.
Após receber um documento chamado Ordem de Tarefa Aérea, onde constam todas as ações a serem executadas por cada player do COMAO, o Mission Commander tem apenas 24 horas para fazer a coordenação e realizar a primeira decolagem. Nesse intervalo, são realizadas reuniões e um briefing com todas as tripulações envolvidas.
De acordo com o Mission Commander, o maior desafio é conseguir priorizar a segurança de voo, sem prejudicar a operacionalidade. “Prover treinamento com segurança é o foco principal do pacote”, destacou.
Exercício Operacional Tápio
Reforçando a capacidade de atuação da Força Aérea Brasileira, a realização do Exercício Operacional Tápio é fundamental para garantir a continuidade da capacitação operacional dos militares da Instituição e a pronta-resposta para emprego em diversas missões que são executadas pela Força. A manutenção da qualificação e capacitação operacional garantem que os militares estejam preparados para atuar em missões como as de combate aos focos de incêndio no Pantanal, a Operação Verde Brasil 2 e a Operação COVID-19 (de apoio no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus), que estão em curso no momento, além da atuação em casos de resgate de enfermos em navios, transporte logístico, entre outras.
Esta edição do Exercício Operacional Tápio (EXOP Tápio) tem como diferencial as medidas adotadas para combate e prevenção à COVID-19. O treinamento conta com a execução de um Plano de Biossegurança, instalação de uma Unidade Celular de Saúde (UCS), aeronaves adaptadas para Evacuação Aeromédica, locais designados para eventual isolamento social e um Esquadrão de Saúde equipado para receber pacientes com agravamento do quadro clínico. Todas essas ações fazem parte do planejamento de saúde elaborado para o Exercício.
Fotos: Soldado Avalhaes/Ala 5
Vídeo: Sargento Santiago / CECOMSAER
(CECOMSAER/FM)