Na manhã de terça-feira (16), continua a entrega de cestas básicas na Ilha de Marajó. Os militares a bordo do navio auxiliar Pará, da Marinha do Brasil, estão agora em São Sebastião, um dos 16 municípios do arquipélago, com total de 600 mil habitantes. Ontem, a distribuição dos alimentos beneficiou moradores de Afuá, ao norte da Ilha. Outra entrega ainda vai ocorrer no município de Chaves.
O auxílio aos ribeirinhos da maior ilha fluviomarítima do mundo ocorre no contexto da Operação Covid-19, deflagrada pelo Ministério da Defesa, em março deste ano. A ação na ilha da Região Norte é em apoio ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. A Pasta arrecadou 16 mil cestas básicas destinadas às famílias mais vulneráveis do Marajó.
Para chegar ao destino, os mantimentos foram embarcados no navio, que partiu na sexta-feira (12), do Porto de Belém, na capital paraense. Foram dois dias de viagem pelo Rio Amazonas e Oceano Atlântico até o primeiro destino, o município de Afuá, de 40 mil habitantes. Após, foi necessário mais um dia para descarregar as cestas e desinfetar todos os kits.
A Ministra da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, esteve à frente da distribuição das cestas, na segunda-feira (15). Ela era esperada desde as primeiras horas da manhã para dar o pontapé inicial às entregas. Uma tempestade impediu o pouso em Afuá nas primeiras horas do dia. À tarde, com segurança, a ministra chegou ao destino.
Em seu discurso, Damares destacou que, “enquanto tivermos a Marinha disposta a nos ajudar, a nos servir com um navio, homens valorosos dispostos a oferecer a sua força para carregar as cestas básicas, enquanto tivermos uma sociedade civil e empresários, a virada feminina, a associação dos supermercados, gente generosa no Brasil querendo colaborar, e tivermos uma primeira-dama, que não pôde estar aqui hoje, mas está lá no telefone pedindo para todo mundo, que mande, mande, mande, enquanto nós tivermos força e vida, comida para os mais vulneráveis e mais humildes aqui no Marajó, em Afuá, em Chaves, não vai faltar enquanto tivermos a pandemia”.
Ela ainda abordou a iniciativa tocada pela Pasta que dirige. “Construímos um grande projeto para Chaves e Afuá. O coronavírus apenas interrompeu por um tempo o sonho que temos de transformar o Marajó numa região mais próspera. Estar aqui é uma obrigação do governo federal. Não estamos fazendo politicagem. O projeto Abrace o Marajó vem para realizar o sonho desse povo”, enfatizou a ministra, ao citar o Programa que visa melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano dos marajoaras.
Uma das ações do Programa em destaque é a Operação Pão da Vida, que, na sua primeira fase, entrega 8 mil cestas básicas nos dois municípios. As entregas prosseguem ao longo dos meses de junho, julho e agosto, beneficiando outras comunidades do arquipélago.
Além das cestas, a Capitania dos Portos do Amapá entregou 150 coletes salva-vidas para os barqueiros da região. Trata-se de item de segurança fundamental, mas a maioria dos barcos com motor na popa, conhecidos como rabetas, que circulam pela região, passam pelos trapiches de Afuá com passageiros sem o equipamento.
“Um colete dura em torno de dois a três anos, depois tem que trocá-lo, e o preço médio varia de R$ 40 a R$ 80. Eles não compram. Então, além da doação, a Marinha conscientiza sobre a importância de usar esse item”, explicou o Capitão-Tenente Ícaro de Jesus.
Outra ação ocorre com a distribuição de 5 mil livros do Projeto Maré do Saber. Trata-se de iniciativa do Comando do 4° Distrito Naval em conjunto com a Sociedade Amigos da Marinha (SOAMAR-PARÁ), para estimular a leitura e contribuir com a educação dos estudantes do interior do Estado.
O evento de entrega dos alimentos também contou com a presença do Comandante Militar do Norte, General de Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, o Comandante do 4º Distrito Naval, Vice-Almirante Valter Citavícius Filho, o Comandante da Ala 9, Brigadeiro do Ar Leonardo Chaves Rodrigues, o Prefeito de Afuá, Odimar Wanderley Salomão, além de outras autoridades civis e militares.
Na liderança do navio Pará, está o Comandante Ribeiro Costa. Sob suas ordens foi realizada toda a logística de organização e transporte das cestas.
Conhecido como Tracajá da Amazônia, o navio, incorporado à Marinha em 2005, atua nos rios da Região Norte em apoio às ações de assistência hospitalar às populações locais. Além de missões cívico-sociais, como auxílio na emissão de documentos, a embarcação está estruturada com consultórios médicos e odontológicos para oferecer atendimento de saúde básica aos ribeirinhos.
Operação COVID-19
O Ministério da Defesa ativou, em 20 de março, o Centro de Operações Conjuntas, para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas no combate à COVID-19. Nesse contexto, foram ativados dez Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional, além do Comando Aeroespacial (COMAE), de funcionamento permanente. A iniciativa integra o esforço do governo federal no enfrentamento à pandemia que recebeu o nome de Operação COVID-19.
As demandas recebidas pelo Ministério da Defesa, de apoio a órgãos estaduais, municipais e outros, são analisadas e direcionadas aos Comandos Conjuntos para avaliarem a possibilidade de atendimento. De acordo com a complexidade da solicitação, tais demandas poderão ser encaminhadas ao Gabinete de Crise, que determinará a melhor forma de atendimento.
Por Margareth Lourenço, com informações da Agência Brasil e Capitão-Tenente Fabrício Costa
Fotos: Raphael Max
(MD ASCOM/FM)