Na manhã do dia 17 de julho, O Complexo Naval de Itaguaí-RJ foi palco de mais um importante capítulo da história do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), escrito pela Marinha do Brasil. Seguindo os protocolos sanitários de enfrentamento à pandemia da Covid-19, foram realizadas as cerimônias de Mostra de Ativação da Base de Submarinos da Ilha da Madeira (BSIM) e de comemoração dos 106 anos do Comando da Força de Submarinos (ComForS).
Subordinada ao ComForS, a BSIM tem o propósito de contribuir para o aprestamento dos meios navais da Marinha, prioritariamente os submarinos, e para a manutenção das organizações militares apoiadas. A Base abrigará o maior ativo da Defesa Nacional, o primeiro Submarino Convencional de Propulsão Nuclear do País.
Presidida pelo Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Junior, a solenidade contou com a presença de autoridades militares e civis, dentre elas, o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante de Esquadra Cláudio Portugal de Viveiros, o Presidente da Itaguaí Construções Navais, André Portalis, e o Diretor de Contratos da Odebrecht, Pedro Moreira.
O Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, abriu a cerimônia ressaltando o caminho percorrido desde a parceria estratégica entre Brasil e França, estabelecida em 2008, que deu início ao PROSUB. “No contexto desse empreendimento de grande porte, de substancial amplitude para a Marinha, a BSIM foi concebida como um ativo capaz de apoiar tais submarinos, meios de complexidade tecnológica, que materializarão um apreciável aporte ao Poder Naval até 2031”, afirmou.
Ao término de suas palavras, foi realizado o primeiro cerimonial de hasteamento da Bandeira Nacional no mastro principal da BSIM, ao som do Hino Nacional, seguido da leitura da Ordem do Dia do Comandante de Operações Navais, Almirante de Esquadra Alipio Jorge Rodrigues da Silva. “(….) Esse mais novo complexo de Defesa do Estado proporcionará à Força de Submarinos a capacidade operacional plena, a fim de que possa contribuir para a defesa da Pátria na Amazônia Azul (…) que deve ser protegida e preservada para o desempenho de atividades econômicas voltadas ao desenvolvimento do Brasil”.
Na sequência, o Capitão de Mar e Guerra Fernando de Luca Marques de Oliveira foi investido no cargo de Comandante da BSIM e, em seu discurso inicial, se dirigiu às autoridades presentes, à tripulação e sua família. “Assumo a manobra com indisfarçável entusiasmo, reafirmando o compromisso de trabalhar incessante e diuturnamente em prol da disponibilidade e do aprestamento dos submarinos por esta Base apoiados, que se traduzirá no seu valor militar e no limite, na dissuasão por excelência, sem descuidar da camaradem, da fidalguia e das tradições navais”.
O momento seguinte foi dedicado ao aniversário do ComForS, que nas palavras proferidas durante a leitura da Ordem do Dia do seu Comandante, Contra-Almirante Thadeu Marcos Orosco Coelho Lobo, teve seu passado, presente e futuro relembrados. “Após 106 anos, a Força de Submarinos continua em evolução, seguindo o legado dos submarinistas, de coragem para ultrapassar limites. Ajusta rumo, velocidade e cota para o futuro, em novo salto tecnológico, obrigatoriamente vinculado aos produtos do PROSUB, mas cuidadosamente estudado em antecedência. Investiga as novas capacidades e como elas poderão alterar a doutrina, de forma que as Ações de Submarinos estejam na relevância devida do Poder Naval”, concluiu.
Durante a cerimônia, houve ainda o lançamento simbólico do selo personalizado alusivo à Mostra de Ativação, emitido pelos Correios e registrado na Filatelia Brasileira, a assinatura do Termo de ativação da BSIM e o descerramento da placa alusiva à ativação da Base. Ao final do Ato, o Capelão-Chefe do Serviço de Assistência Religiosa da Marinha, Capitão de Mar e Guerra Odécio Lima de Souza, realizou a benção religiosa das instalações da BSIM.
O Comandante da Marinha encerrou a manhã histórica para a Força falando sobre os dois importantes eventos. Relembrou a história do ComForS, iniciada em 1914 com a criação da Flotilha de Submarinos e, ao passar para os dias atuais, destacou os próximos passos do PROSUB, que incluem a entrega ao Setor Operativo do Submarino Riachuelo. Sobre a BSIM, declarou que a capacidade de apoio a submarinos e meios de superfície em futuro próximo, oferece a facilidade de atracação de navios com até 15 mil toneladas de deslocamento, além de recursos e tecnologia. Ao falar sobre o atual conjuntura oceano-política, completou: “(…) ameaças de todo porte impõem uma Marinha que possa contar com uma Força de Submarinos moderna e capaz de assegurar nossos interesses em cerca de 5,7 milhões de quilômetros quadrados da Amazônia Azul, em todas as suas vertentes.”
(CCSM/FM)