Mulheres nas Foras: Exrcito promove insero feminina em seus quadros

Braslia, 10/03/2016 –As sargentos Ana Cristina Diniz Marques e Carolyne Gonze Muniz so as primeiras mulheres musicistas a integrar a Banda do Batalho da Guarda Presidencial (BGP) de Braslia. Em fevereiro deste ano, elas se uniram aos demais integrantes do grupo que atua no batalho responsvel pela guarda dos palcios presidenciais da capital federal.

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Integradas aos outros componentes da banda, as musicistas contam que ficaram surpresas na chegada ao BGP. Foi muito boa a recepo de todas as partes. Eles foram muito respeitosos, ressalta a 3 sargento Ana Cristina. A Banda do BGP possui 159 msicos e dividida em trs grupos: ncleo, banda de gaita de fole e banda de cornetas.

Para o comandante do BGP, coronel Carlos Frederico Gomes Cinelli, a entrada das novas sargentos na banda faz parte do processo gradativo de insero da mulher no Exrcito. A recepo s novas integrantes deu-se com muita naturalidade. J temos mulheres em trs das quatro linhas de formao do Fora Terrestre h algum tempo; assim como nas reas de sade, cincia e tecnologia e complementar ou tcnica. No prximo ano, a ltima barreira ser transporta por elas, com o ingresso das primeiras mulheres combatentes, declara.

Vinda de famlia de msicos, a 3 sargento Gonze cresceu em um ambiente que a levou a querer estudar msica. Meu av msico, meu pai e meus tios tambm. Cresci dentro dessa musicalidade e isso me levou a querer estudar e seguir carreira dentro da msica, conta. Natural de Bicas (MG), Carolyne entrou no meio musical aos 10 anos de idade e hoje em dia toca sax alto, piano e flauta transversal.

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Ana Cristina tambm entrou nesse universo desde cedo: aos 7 anos, ela j ensaiava os primeiros sopros no trompete. O ingresso no Exrcito teve influncia da famlia. Ana Cristina quis seguir o exemplo do av e tio militares. Eu vim desse meio e quando fiquei sabendo da prova, me interessei em fazer, explica.

A trajetria de entrada das musicistas no Batalho de Guarda Presidencial teve incio em 2013, com a realizao de concurso pblico para a QM (Qualificao Militar) de msico, na Escola de Sargentos das Armas (EsSA), em Trs Coraes (MG). Em 2014, Ana Cristina e Carolyne ingressaram na Fora Terrestre e foram realizar o perodo bsico, etapa voltada ao treinamento militar, no 1? Grupo de Artilharia Antiarea (GAAAE), no Rio de Janeiro.

Aps cumprirem treinamento militar no GAAAE, elas passaram pela qualificao na parte de msica na Escola de Sargento de Logstica (EsSLog). Ao trmino da qualificao, as militares escolheram a unidade militar que pretendiam seguir, isso de acordo com colocao que elas alcanaram durante a especializao.

A rotina das musicistas do BGP no diferente da de outros militares dentro do batalho. Ns fazemos as tarefas normais do batalho: treinamento fsico militar pela manh, todas as misses da banda apoiando outros quarteis, alm das misses internas do prprio BGP, explica Gonze.

O convvio das musicistas no reduto masculino est sendo fcil e saudvel, garante Gonze. A nossa convivncia muito sadia e somos militares, independente do segmento feminino ou masculino. Ns somos companheiros de farda, destaca.

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Insero feminina

Neste ano, o Exrcito Brasileiro anuncia pela primeira vez edital com oportunidade de ingresso do sexo feminino na rea blica. A formao da mulher como oficial combatente ser iniciada na Escola Preparatria de Cadetes do Exrcito (EsPCEx), em Campinas (SP), e ser concluda na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende (RJ).

O preparo da mulher como sargento combatente ser iniciado na Organizao Militar Corpo de Tropa, em Juiz de Fora (MG), e concludo na Escola de Sargentos de Logstica (EsSLog), no Rio de Janeiro.

De acordo com o Exrcito, a admisso do gnero feminino na rea de combate ter incio a partir de 2017, nos quadros de logstica (intendncia e material blico). As primeiras oficiais concluiro sua formao em dezembro de 2021, e as sargentos, em dezembro de 2018.

Curiosidade

Os integrantes do BGP so chamados de “granadeiros” em referncia a uma nomenclatura estabelecida em meados do sculo XVII, que descrevia os soldados da Infantaria que possuam as funes de lanamento de granadas de mo e, ocasionalmente, de liderar as operaes de assalto (ataque agressivo contra o inimigo).

Pela peculiaridade das suas funes, tradicionalmente os granadeiros eram escolhidos dentre os soldados mais altos e fortes. No incio do sculo XVIII, o lanamento de granadas de mo j no era importante, mas continuavam a existir granadeiros, como soldados de assalto de elite.

Normalmente, os granadeiros lideravam o assalto da infantaria durante as batalhas campais. Nas operaes de stio (cerco s cidades), tambm era frequente serem os granadeiros a liderar o assalto s brechas feitas nas muralhas, juntamente os sapadores (soldados de Engenharia).

Fotos: Tereza Sobreira/MD

(MD ASCOM/ FM)

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