Nota de Falecimento – Coronel Roberto Silva Mascarenhas de Moraes

Nota de Falecimento – Coronel Roberto Silva Mascarenhas de Moraes

A Academia de Historia Militar Terrestre do Brasil – AHIMTB/RIO cumpre o doloroso dever de participar o falecimento no dia 07/fev/2022 do estimado Confrade Coronel de Artilharia Roberto Silva Mascarenhas de Moraes, 1º. Ocupante da Cadeira que leva o nome honrado do seu avô, Eterno Comandante da FEB, Marechal Mascarenhas de Moraes, na qual tomou posse em memorável Sessão Acadêmica no Forte Copacabana aos 13/nov/2007, data que marcou o 134º. aniversario de nascimento de seu avô. Conforme sua oração ao ser empossado: … fui morar com meus avós aos 11 anos de idade.  Deixei a casa deles já 2º Tenente, para me casar. Me ufano de saber desde o início, que convivia com duas pessoas especiais. Por isso, para mim, eles não se foram. Estão presentes na minha vida, como uma fonte de energia inesgotável. Converso com eles todos os dias. Eles são a herança  milionária que, da vida recebi.  Na minha convivência com os meus avós, aprendi  e adotei como conduta as suas lições de vida. Hoje, guardo ainda os arquivos da FEB, por éle organizados.
Foi um grande preservador da memoria da FEB, sempre presente nas solenidades alusivas a FEB, tendo doado o acervo do seu avô à 1ª. Divisão de Exercito, na Vila Militar, o qual encontra-se em exposição no QG daquela Grande Unidade. Conselheiro da ANVFEB, era também presença constante nas solenidades da Casa da FEB, onde invariavelmente pedia a palavra para recordar passagens importantes da historia da participação do Brasil na 2ª. Guerra Mundial. Por sua iniciativa, o álbum Cruzeiro do Sul foi publicado com base na coleção deste jornal legada pelo seu avô, que circulava entre as tropas brasileiras durante a guerra.
Natural de Curitiba – PR, aos 19 anos ingressou na AMAN, oriundo do Colégio Militar do Rio de Janeiro, sendo declarado Aspirante em 20 de dezembro de 1962. Dedicou-se a Artilharia de Costa, servindo em 1964 na 2a B O Cos, Bateria de Obuses de Costa, do Forte Duque de Caxias, no Leme, onde foi o último Comandante da Linha de Fogo, tendo participado do derradeiro tiro do obus de 280mm, como Comandante da Linha de Fogo. Foi o último oficial de dia do Forte, quando a unidade se transformou em Centro de Estudos de Pessoal, por ter sido desativada, em 30 de setembro de 1965.
De 1965 a 1967, serviu no GW – Grupamento Oeste da A Cos/1 no Rio de Janeiro; em 1968, cursou a EsACosAAe e comandou a Bateria de Projetores. Em 1970 comandou a 1a Bateria de 305mm do Forte Copacabana e 3o Grupo de Artilharia de Costa. Nessa oportunidade, como Comandante da 1a Bia 305mm, realizou o último tiro da OM, imediatamente antes da passagem do Forte Copacabana a Museu Histórico do Exército e Forte Copacabana.
No Forte de Copacabana, foi Comandante da Bateria de Projetores, na realização do último tiro noturno. Conforme declarou ao Projeto de Historia Oral do Exercito, coordenado por outro ilustre e saudoso Artilheiro, Gen Geraldo Nery: “Foi um tiro lindo, a Bateria de Projetores iluminando o objetivo, que representava o centro do navio-alvo, o tiro foi espetacular, inesquecível. Coube-me o comando da 1a Bia 305mm quando em 1970 foi realizado o último tiro com esse material; um tiro extremamente festivo, ao qual compareceram o Governador do Estado Chagas Freitas, o Comandante do Primeiro Exército, General Syzeno Sarmento. Foi um tiro admirável, aplaudido por todos. Aquele momento grandioso viverá comigo para sempre.”
Professor de Inglês do Colégio Militar do Rio de Janeiro, de 1971 a 1973. Serviu no EMFA em 1974. De 1978 a 1980, foi Instrutor-Chefe do Curso de Artilharia de Costa da EsACosAAé. Chefe de Estado-Maior da 6a Brigada de Infantaria Blindada, em Santa Maria, Rio Grande do Sul, nos anos de 1983 e 1984; Instrutor da EsAO, de 1985 a 1988; Comandante do 6º Grupo de Artilharia de Campanha, Grupo Marquês de Tamandaré, Rio Grande, Rio Grande do Sul, em 1989 e 1990; Comandante do Colégio Militar do Rio de Janeiro, em 1992 e 1993; Chefe da 1a Seção do Comando Militar do Leste, em 1994, quando solicitou transferência para a reserva, apos mais de 34 anos de carreira, com exclusiva dedicação ao Exército.
Aos Familiares e Amigos do ilustre Artilheiro Cel Mascarenhas apresentamos sentidas condolencias. Que a sua alma se incorpore a Corrente da Vida Eterna.
Imagens: Posse na AHIMTB – 13/nov/2007
(Prof. Israel Blajberg/FM)

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