As atividades de 2019, do núcleo do Projeto João do Pulo (PJP) do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), foram encerradas de forma diferente. A turma, composta por 30 alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) – Manaus, participou de uma atividade batizada de “Soldado por um dia”, com instruções de sobrevivência e vida na selva.
O CIGS, que tem a missão de especializar o melhor combatente de selva do mundo, ensinou os jovens com deficiência intelectual, síndrome de Down e paralisia cerebral, como obter água de cipó d’água, do bambu, do telheiro da rede de selva e da vegetação ensacada que transpira (condensação).
Além disso, os jovens tiveram instrução de obtenção do fogo com meios improvisados daquele ambiente e demonstração de área de estacionamento, onde aprenderam a montar a rede de selva.
Ao final do dia, o Comandante do GIGS, Coronel de Infantaria Mário Flávio de Albuquerque Brayner, realizou uma cerimônia para a entrega de certificados de conclusão para os alunos do PJP.
“Para nós do CIGS, foi muito importante realizar este projeto, pois participar de uma iniciativa de inclusão social de jovens e adultos com esses tipos de deficiência nos mostrou o quão importante é para o ser humano exercitar sua capacidade de se doar ao próximo”, disse o Comandante do CIGS.
Na ocasião, a Coordenadora Geral da APAE – Manaus, Elizangela Fernandes Castro de Almeida, também esteve presente e fez questão de ressaltar que esse encerramento coroou cinco meses de atividades que fizeram a diferença na vida dos jovens da APAE, graças à parceria com o Projeto João do Pulo.
“O Exército entrou na APAE trazendo para todos nós a esperança e o reconhecimento que precisávamos. Para 2020, fica a certeza de que estamos no caminho certo no que diz respeito a esse projeto maravilhoso, que atua diretamente na autoestima e no comportamento das pessoas com deficiência e também no de seus familiares”, disse ela.
O Projeto
O Ministério da Defesa, por intermédio do Departamento de Desporto Militar, instituiu o Projeto João do Pulo, uma vertente do Programa Forças no Esporte, em 2015, com vistas a promover a reintegração social dos militares que adquiriram deficiência física em consequência de acidentes ou enfermidades. A denominação foi em homenagem ao extraordinário desportista militar João Carlos de Oliveira, que teve sua perna direita amputada em decorrência de um grave acidente automobilístico.
Em sua nova versão, o PJP foi ampliado e, atualmente, atende pessoas com deficiência, priorizando crianças a partir dos seis anos de idade e adolescentes em estado de vulnerabilidade social. A finalidade é reduzir riscos sociais e fortalecer a cidadania, por meio da inclusão social dos beneficiados, que terão acesso à prática de atividades paradesportivas, desenvolvidas no âmbito da Marinha, do Exército e da Força Aérea.
O PJP conta com o apoio do Ministério da Cidadania, Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e do Ministério da Educação, e principalmente, com uma verdadeira rede colaborativa de parceiros constituída pela Federação Nacional das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Fenapaes), Federação Nacional das Associações Pestalozzi (Fenapestalozzi), Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), Instituto Benjamin Constant (IBC), Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), Universidade Estácio de Sá, Associação dos Vencedores Adaptados (AVA) e Pastoral do Menor do Rio de Janeiro.
Por Maristella Marszalek
fotos:DDM
(MD ASCOM/FM)