Em Boa Vista, no estado de Roraima, venezuelanos e brasileiros se unem, cada vez mais, por um futuro melhor. Homens e mulheres de ambos os países estão trabalhando voluntariamente na confecção de materiais de proteção, como máscaras, jalecos, toucas de cabelo e botas descartáveis, para serem usados no combate ao novo coronavírus.
Os equipamentos de proteção individual (EPI) fabricados servirão para garantir segurança durante as ações no hospital temporário construído para o acompanhamento e tratamento contra a COVID-19, na chamada Área de Proteção e Cuidados (APC).
A iniciativa além de unir em torno da solidariedade envolve uma grande cadeia de entidades públicas e privadas do Estado. Até o momento, já foram confeccionadas duas mil unidades de cada um dos tipos de EPI produzidos e a meta é entregar 20 mil.
Além dos voluntários na fabricação, empresários do Estado, evangélicos e servidores do Tribunal de Justiça doam os materiais que serão usados para a fabricação dos EPI; as instituições Fraternidade Sem Fronteiras, Mexendo a Panela e ADRA articulam as compras de matérias primas e as produções. O SENAI emprestou espaço e capacitou no uso de máquinas simples e industriais, além de cortes de tecidos. A Loja Maçônica cedeu o espaço para a produção e a Universidade Federal de Roraima testa a qualidade de toda a produção e esteriliza antes dos materiais serem entregues aos profissionais de saúde e pacientes. E, finalizando, todo o processo é acompanhado pela Operação Acolhida.
“Estamos aqui como voluntárias, fazendo máscaras para todos os tipos de pessoas confirmadas com o coronavírus, que estão com suspeita e os doutores, que estão fazendo um trabalho com eles”, diz, com orgulho, a venezuelana Diana Prieto, 31 anos, moradora do Rondon 2, um dos abrigos da Operação Acolhida.
Diana tem três filhos e demonstra consciência e sabedoria ao finalizar “quanto mais nos prevenirmos, melhor para todo mundo. Não quero que se propague mais. Assim como eu, várias pessoas estão aqui por isso”.
Os materiais, resultados da dedicação e da vontade de ajudar o próximo, são a base da rotina de cuidados da APC e estão servindo como aprendizado para muitos voluntários, que estão desenvolvendo habilidades as quais poderão ser usadas na vida profissional.
Operação Acolhida
A Operação Acolhida é uma força tarefa humanitária, coordenada pelo Ministério da Defesa, com o apoio de órgãos estaduais e municipais, de agências das Nações Unidas e de entidades da sociedade civil, para oferecer assistência emergencial aos imigrantes e refugiados venezuelanos que chegam ao Brasil pela fronteira com o estado de Roraima.
As Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica) prestam apoio à operação com ações em infraestrutura, transporte, saúde e administração.
Operação COVID-19
O Ministério da Defesa ativou, em 20 de março, o Centro de Operações Conjuntas, para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas no combate à COVID-19. Nesse contexto, foram ativados dez Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional, além do Comando Aeroespacial (COMAE), de funcionamento permanente. A iniciativa integra o esforço do governo federal no enfrentamento à pandemia que recebeu o nome de Operação COVID-19.
As demandas recebidas pelo Ministério da Defesa, de apoio a órgãos estaduais, municipais e outros, são analisadas e direcionadas aos Comandos Conjuntos para avaliarem a possibilidade de atendimento. De acordo com a complexidade da solicitação, podem ser encaminhadas ao Gabinete de Crise, que determina a melhor forma de atendimento.
Para acessar fotos da Operação COVID-19, visite o Flickr da Operação.
Por Maristella Marszalek
Fotos: divulgação Operação Acolhida
(MD ASCOM/FM)